No início de 2017 iniciei uma caminhada rumo a uma vida melhor. 2016 foi o ano em que me casei mas foi também o ano em que aprendi muito sobre mim e sobre os que me rodeiam e me rodeavam. Foi um ano determinante para o caminho que hoje sigo e que foi iniciado em 2017.
Quando finalmente nos encontramos connosco próprias, depois de anos de desencontros e desvalorização, descobrimos o quanto a vida que levamos está errada e o quanto temos de mudar para atingirmos o melhor de nós. A felicidade não se encontra por aí, em nada nem em ninguém, a felicidade está em nós e somos nós que temos de a fazer acontecer e, na verdade, somos nós próprias as únicas que a sabemos fazer acontecer. No início de 2017 tomei algumas resoluções no sentido de ir de encontro a uma vida mais saudável, mais sustentável e mais minimalista. Desde então tenho aprendido a comer melhor, a estragar menos o planeta onde vivo e a conduzir-me por uma vida mais intencional e feliz. Se o faço apenas por mim? A resposta é não, faço-o pelas minhas filhas, essencialmente pelo exemplo que quero passar a elas. Se deixei de usar produtos de limpeza e de higiene pessoal inimigos do ambiente foi porque amo o mar e o que se ama não se estraga. Se passei a fazer mais vezes comida, a comer mais alimentos biológicos a evitar pre-cozinhados industriais e a eliminar o plástico no armazenamento dos alimentos foi porque quero ver as minhas filhas crescerem com saúde. Se deixei de comprar telemóveis de último grito, se troquei os brinquedos pelos passeios e os jogos em família, se as poucas coisas decorativas que ainda compro cá para casa são plantas, é porque quero que elas cresçam a entender sem margem de dúvidas o que é mais importante na vida, o que fica nas nossas memórias, o que nos faz consistentemente felizes. Porque acredito com toda a força e fé que tenho dentro que as crianças educam-se pelo exemplo, para o bem e para o mal.
Se eu vos enumerasse as mudanças que fiz num ano e meio, nas rotinas, na casa, na lista de compras, em mim, em nós... muitas horas de pesquisa, leitura e aprendizagem... mas se pensarmos que não são apenas hábitos que se está a mudar e sim mentalidades e futuros... percebemos então que estas pequenas mudanças são apenas uma gota num oceano que sonho seja mais limpo, cristalino e azul para as mulheres que orgulhosamente ajudo a criar.
A humanidade perdeu-se algures no caminho da Evolução, confundindo-a com Poder. O desenvolvimento social e económico não pode significar o abandono de valores sociais e intelectuais, não pode negligenciar o espaço que nos acolhe, nem destruir espécies em nome do progresso destruindo-nos também a nós... no conceito de evolução está (supostamente) implícito respeito, inteligência, crescimento e melhoramento... Quando eu tiver 100 anos não me quero arrepender do que não fiz, das mudanças que não abracei, dos sonhos que não tive, das memórias que não construi, do futuro que não salvei... quando eu tiver 100 anos quero olhar para trás e ver nas minhas memórias a diferença que então existirá no mundo. ♥ [post inspirado neste vídeo]