Era louca de amor pela vida, pelo sol, pelo gritar das gaivotas junto ao mar, ela sorria à vida até enquanto dormia. Ela tinha um coração cheio do bem que o amor lhe faz, transbordava de energia, sonhos e motivação... até ao dia...
Foi depois de ver gente a chegar que ela viu gente a partir e foi depois da partida que a energia e a motivação partiram também, levando os sonhos deixando as incertezas e as dores de um corpo cansado que quer parar, descansar mas não pode, tem de continuar, sempre, ao mesmo ritmo e com o mesmo vigor, mesmo sem querer, mesmo sem se sentir de facto de pé.
Foi desde então que ela não quis ver mais chegadas, disse que não a elas, só vens se não voltares e então nunca mais ninguém veio. Ela ficou só. Na solidão do seu pensar não havia luz e sem luz não vinga amor. Anulou a tristeza que a invadia nas partidas mas nunca mais conheceu a alegria das chegadas.
Apenas as gaivotas se ouviam, partiam e chegavam ao ritmo das ondas do mar, ao som dos murmúrios do vento, num canto melodioso de leve felicidade. Afinal as partidas são chegadas a outros lugares e assim ela partiu feliz para encontrar a alegria de uma nova chegada. ♥